A próxima geração da conexão sem fio começa a ganhar forma. O padrão Wi-Fi 8, ainda em fase de desenvolvimento, promete uma mudança significativa na forma como a rede wireless será pensada: menos foco em recordes de velocidade e mais atenção à confiabilidade, baixa latência e suporte avançado para inteligência artificial.
Ao contrário das versões anteriores — que sempre destacavam o salto em gigabits por segundo — o Wi-Fi 8 entra em cena com outra proposta: garantir que dispositivos modernos, especialmente aqueles com IA embarcada, funcionem com estabilidade mesmo em ambientes congestionados.
Conectividade projetada para a era da IA
Os especialistas já apontam que o Wi-Fi 8 nasce com foco no ecossistema de IA, que inclui desde smartphones e notebooks com processamento local até sensores, câmeras inteligentes e dispositivos IoT.
Entre os pilares do novo padrão estão:
- Ultra High Reliability (UHR) – conexões muito mais estáveis mesmo com vários dispositivos conectados.
- Latência drasticamente menor, essencial para aplicações em tempo real.
- Coordenação inteligente entre múltiplos roteadores, garantindo melhor cobertura e menos interferência.
- Suporte otimizado para aplicações de IA na borda (edge AI).
Na prática, isso significa que tarefas como automação, controles industriais, videomonitoramento em alta resolução e aplicações que usam modelos de IA terão uma performance mais previsível — algo mais importante do que apenas aumentar o pico de velocidade.
Então ele é mais lento?
Não. O Wi-Fi 8 não abre mão da velocidade, mas deixa de tratá-la como a prioridade número 1.
A taxa de transferência deve continuar evoluindo, mas o foco estará em entregar um desempenho real mais consistente no dia a dia — algo que muitos usuários não conseguem ver apenas olhando para a “velocidade máxima de laboratório”.
Em outras palavras:
o Wi-Fi 8 promete menos quedas, menos travamentos, menor latência e performance superior em lugares com muitos dispositivos conectados.
Por que essa mudança era necessária?
Hoje, casas e empresas estão repletas de dispositivos conectados. Ambientes que antes tinham dois celulares agora contam com:
- Smart TVs
- câmeras
- sensores
- alexas
- notebooks
- dispositivos de automação
- equipamentos de trabalho remoto
- gadgets com IA embarcada
O Wi-Fi 7 aumentou a velocidade, mas ainda sofre em lugares “cheios”.
O Wi-Fi 8 vem para resolver esse gargalo.
Quando chega ao mercado?
O padrão ainda está sendo finalizado e deve avançar até 2026.
Fabricantes de chips já começaram a apresentar protótipos, mas produtos comerciais devem aparecer gradualmente nos anos seguintes.
O que isso significa para o usuário final?
Para quem usa a internet apenas para streaming ou navegação, talvez o ganho não pareça tão grande no início.
Mas para quem trabalha com IA, automação, videoconferências, jogos, ou possui dezenas de dispositivos conectados, o salto será significativo.


